07 julho, 2014

Editorial: Por que a publicação de textos inéditos no blog CineMografia está "suspensa"?

É com muito pesar - e após muito refletir - que venho divulgar que, por motivos que me fogem ao controle, o blog CineMografia passará uma temporada sem a publicação de textos sobre filmes de forma regular. Naturalmente o blog não será extinto, muito pelo contrário, pois o arquivo nele disposto - são mais de 400 textos publicados num período de pouco mais de dois anos - continua à disposição na grande rede, podendo ser consultado, lido, debatido e compartilhado por quem assim o desejar. Todavia, a não ser por algum texto sobre algum lançamento que aporte nos cinemas - possivelmente a partir de uma parceria entre este blogueiro, o portal Minuto Arapiraca e a rede de cinemas Cinesystem -, a publicação ininterrupta de textos de filmes assistidos (filosofia primordial do espaço) terá que ser interrompida por tempo indeterminado. Mas por que, você me pergunta. Tentarei explanar meus motivos de forma sintética. Vamos a eles.

Primeiramente, é perceptível que o número de publicações do blog veio diminuindo bastante do final de 2013 para cá (mesmo 2013 obteve um número de publicações significativamente menor que o ano anterior, cujo corte o reduziu praticamente pela metade de publicações), pois passei por algumas mudanças em minha vida, sendo as mais representativas meu ingresso em um novo curso universitário (atualmente curso Direito na Universidade Estadual de Alagoas) e minha efetivação nos quadros da Prefeitura Municipal de Arapiraca. Com isso, o tempo disponível tanto para a apreciação de filmes, quanto (principalmente) para a confecção de textos para o blog acabou sendo bastante reduzido. Além disso, como o tempo disponível para estas atividades foram afunilando cada vez mais, acaba concluindo alguns textos dias ou até mesmo semanas após ter visto determinados filmes, o que acaba os tornando ora não muito empolgantes, ora pouco profundos. Nunca busquei o rebuscado gratuito - seja lá o que isso queira dizer - quando construo meus textos, porém sempre primei pelo mínimo de coerência para com o que sinto ser o ideal de um bom texto crítico (não me refiro a crítica, mas sim a texto crítico), que apresente não apenas uma coleção de achismos e subjetivismo, mas também notas de produção, detalhes técnicos, referências, enfim, uma coleção de informações cujo objetivo, como o próprio nome adianta, é informar com a perspectiva (e ambição) de formar. 

Com o tempo cada vez mais escasso, sem organização (não culpemos a vida pela vida que levamos) para ajustar minha agenda e acumulando cada vez mais filmes a ver (até hoje, por n motivos, não consegui ver obras como - pasmem! - O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese, Inside Llewyn Davis, de Joel e Ethan Coen, Ela, de Spike Jonze (dentre os oscarizados de 2013/2014), além de pipocões como 300: A Ascenção do Império, O Espetacular Homem-Aranha 2, Malévola, Godzilla e até mesmo o ainda em cartaz Como Treinar o Seu Dragão 2 (espero vê-lo na telona) -, pensei: se necessito "reduzir" demanda e adoro ver e escrever sobre filme, o que, no atual momento, deveria fazer para não sabotar meu prazer cinéfilo? Foi então que percebi que, caso me desapegasse um pouco (não digo totalmente, pois há espaço para a produção de textos esporádicos e específicos, como adiantei mais acima) da produção textual e utilizasse parte do tempo gasto nesta (não sei como funciona para outros produtores de conteúdo, mas muitas vezes passo horas tentando "parir" um só texto) para simplesmente assistir filmes. Como uma espécie de reinvenção do dilema de casualidade (de acordo com a Wikipédia) acerca do nascimento do ovo e da galinha (quem nasceu primeiro?), percebi que existe o ato de assistir a um filme sem necessariamente existir um texto sobre, mas não há como produzir um texto sobre um filme sem tê-lo conferido. Logo, a decisão pareceu "simples": tenho que parar de escrever e utilizar este tempo (se possível) voltando a ver filmes com mais frequência. 

Todavia, não acho justo (comigo, com você e com o blog CineMografia, que aos meus olhos, tem vida própria) o total "abandono" do espaço que tanto me trouxe felicidade (independentemente do alcance, do retorno financeiro ou do feedback recebido durante estes mais de dois anos). Então, para deixá-lo com um mínimo de "vida" possível - quase como um ser em estado de coma, mas que vez ou outra entrega um espasmo, respira mais forte ou sugere uma piscadela -, decidi continuar a abastece-lo com o "envólucro" dos meus textos, os possíveis extras de cada publicação contida neste blog (poster oficial do filme, trailer, links para sites com conteúdo complementar (Adoro Cinema, All Movie, Box Office Mojo, Filmow, IMDb, Metacritic, Rotten Tomatoes, The Numbers e a sempre providencial Wikipedia - em língua inglesa, pois seu conteúdo mostra-se mais acurado e completo), além da minha nota/cotação/classificação para o filme visto, através da clássica presença das estrelinhas.

Compromisso firmado (atualização dos filmes assistidos com toda a estrutura de publicação do blog, à exceção do texto e produção de textos dos filmes fruto da parceria com o portal Minuto Arapiraca e a rede de cinemas Cinesystem), me despeço então deste espaço (espero que por pouco tempo) agradecendo a todos aqueles que visitaram este blog e que puderam absorver do mesmo alguma informação, conteúdo, concordância ou discordância. Todo escritor sonha em ser lido e eu, mesmo sem pretensão alguma (mentira!) tinha este como principal objetivo ao criar o espaço que amalgamou Cinema com Filmografia (daí veio o neologismo cinemografia). Obrigado a vocês que republicaram meus textos, a vocês que comentaram, a vocês que apenas leram (e gostaram ou não), a vocês que passaram a acompanhar o blog e a vocês que o viam (e liam) vez ou outra. Meu objetivo primeiro sempre foi escrever como um apreciador de cinema e ter entre leitores (e amigos, pois sim, fiz amigos - muitos virtuais - após a criação deste espaço) apreciadores de cinema. Creio que consegui, mas também sei que esta "missão" ainda não chegou ao fim. A partir de agora estaremos entrando numa espécie de coma induzido. Mas permanecemos vivos. Respirando. CineMografia e eu. E a qualquer momento podemos (e iremos) acordar. Sendo assim, fiquem ligados. E meu muitíssimo obrigado por nos aguentar durante estes mais de 2 anos de viagens, chatices e indicações de ótimos filmes e outros nem tanto. Nos vemos em breve, nem que seja através de um poster de filme e de uma avaliação estrelada.


Téo Carnaúba
(Relações Públicas, pós-graduado em Gestão Pública, acadêmico de Direito, vocalista insistente, co-host do programa de rádio Planet Rock e amante inveterado de música, literatura, cultura em geral e, principalmente, da sétima arte)

P.S.: Como não poderia deixar de ser, este texto foi escrito ao som da trilha sonora de X-Men 2 (X2), de 2003, cuja autoria é do também montador John Ottman ("ottman" trilha, por sinal!).

P.S. 2: Estou tentando concluir a série de curtas Animatrix - "já" conferi os quatro primeiros e fiz seus respectivos textos - mas só publicarei o texto sobre o mesmo quando conferir os demais "episódios" e por conseguinte, escrever seus respectivos textos.

P.S. 3: Indico a todos a audição dos seguintes podcasts, cujo foco é em cinema e que me têm como ouvinte assíduo (mesmo que, ultimamente, de forma atrasada):
Estes não são especificamente sobre cinema, mas vez ou outra publicam episódios temáticos sobre assuntos inerentes a sétima arte e os indico da mesma forma:
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Tornar-me-ei. Não consegui deixar de escrever por completo, então estou - por enquanto - sintetizando meus pensamentos. Já foram quatro "textículos" publicados desde então. Abraços, Carnelos!

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