28 julho, 2014

Ela (Her, EUA, 2013).


Não sou um grande fã do trabalho de Spike Jonze (Quero Ser John Malkovich) - a bem verdade, até agora só havia conferido um filme seu, Adaptação, de 2002 -, mas após conferir seu belíssimo trabalho com Ela, fiquei mais que interessado em acompanhar de perto tudo que o cineasta fez e fará em seguida. Mas vamos ao filme. Escrito e dirigido por Jonze, Ela pode ser categorizado como um romance dramático de viés filosófico com um quê de ficção científica ou simplesmente como um estudo da vida, mais especificamente de um relacionamento amoroso, logo, de uma abstração. Envolvente, delicado, doce e simpaticíssimo, a obra conduzida com finura pelo talentoso (chover no molhado) Joaquin Phoenix (O Mestre) e pela voz doce de Scarlett Johansson (Compramos um Zoológico) trata de temas profundos de maneira "fácil", compreensível, mas nunca por ser óbvio ou didático, sendo sim enigmático, humano, reconhecível. A sedução e o domínio exercido pelos dispositivos "comandados" por inteligência artificial no dia a dia do homem são trabalhados neste conto "futurista" - por sinal, muito mais profundamente (em todos os sentidos) do que no recente Transcendence - A Revolução - de forma brilhante, mesmo que, no frigir dos ovos, não seja esta a discussão primeira proposta por Jonze, Phoenix e Johansson. O que acaba importando aqui é o escancarar da subjetividade, da imperfeição humana, coisa que máquina alguma, inteligente ou não, consegue(irá) alcançar. Será? A resposta pode não estar no filme, mas (algum)as perguntas acerca disto certamente estão. Finalista nas categorias melhor filme, canção (The Moon Song, composta e interpretada por Karen O, do grupo norte americano Yeah Yeah Yeahs), desenho de produção (K. K. Barrett, de Tão Forte e Tão Perto) e roteiro original no Oscar (2014), Ela acabou faturando apenas este último, mas certamente abocanharia os demais - além de fotografia (Hoyte Van Hoytema, de O Espião Que Sabia Demais), trilha sonora original (pelos canadenses do Arcade Fire e Owen Pallett) e ator (Phoenix) - com relativa facilidade (mas os "velhinhos" da Academia não quiseram "ceder ao novo" desta vez). Uma obra para respirar e que inspira reflexões, Ela encontrar-se-á (senão agora) no futuro no rol das obras primas do cinema e certamente estará ranqueada no meu top 10 anual de melhores filmes vistos (e lançados) do ano. Se você ainda não o viu, assista já.

Obs.: No elenco constam participações de gente do naipe de Rooney Mara (Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres), Amy Adams (Trapaça), Chris Pratt (Guardiões da Galáxia) e Olivia Wilde (Rush - No Limite da Emoção), além das vozes de Bill Hader (Superbad - É Hoje) e Kristen Wiig (Missão Madrinha de Casamento).

★★★★★

TRAILER


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