Este novo recomeço da franquia Jack Ryan mostra-se promissor em sua primeira hora. Todavia, a necessidade hollywoodiana de transformar qualquer obra de ação (mesmo que, a princípio, o personagem originalmente criado por Tom Clancy protagonize enredos de espionagem, não de correria e explosões) acaba sabotando as boas ideias carregadas pelo roteiro correto do estreante Adam Cozad e do veterano David Koepp (Jurassic Park), que tenta "atualizar" o clássico antagonismo entre Rússia e Estados Unidos, trazendo-o aos nossos dias. Kenneth Branagh (Thor) realiza um bom trabalho quando conduz as cenas de tensão, no entanto as sequências soam pouco inspiradas e um tanto confusas. O certo mesmo é que aqui o diretor sai-se melhor como ator, mesmo entregando um vilão absolutamente clichê, porém atraente. Chris Pine (Star Trek) entrega um Jack Ryan interessante, enquanto Kevin Costner (O Homem de Aço) esbanja energia como o mestre do jovem "analista". A influência de franquias como Missão: Impossível e Bourne é notória e mais atrapalham do que contribuem com o filme, transformando o personagem principal - supostamente um "simples" analista - em um agente secreto dotado de recursos de fazer inveja a qualquer Ethan Hunt, Jason Bourne ou até mesmo Jack Bauer (24 Horas). O plot clichê até passa, mas o acúmulo de poderes (o cara é gênio, ágil, sagaz e luta como poucos) dados ao personagem principal acaba diminuindo as boas sacadas do filme. Operação Sombra - Jack Ryan (mais uma adaptação sem sentido do título original) diverte, mas tinha potencial para ser bem mais do que é.
★★★
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