Oferecendo um brilhante retrato de época e mostrado-se relevante, principalmente, por resgatar as figuras históricas que foram os irmãos Villas Boas - interpretados, respectivamente, por João Miguel (À Beira do Caminho), Felipe Camargo (Jogo Subterrâneo) e Caio Blat (Alemão) -, Xingu é um filme graúdo, que reconstrói um episódio emblemático da história brasileira de forma contundente, mas nunca tendenciosa. É verdade que o contexto político da obra escrita por Elena Soarez (Eu Tu Eles), Anna Muylaert (É Proibido Fumar) e por Cao Hamburguer (O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias) - este também diretor - é desenvolvido de maneira apressada - o filme ganharia bastante se dedicasse pelo menos vinte minutos extras apresentando sequências envolvendo os bastidores políticos em Brasília, especialmente durante as administrações de Jânio Quadros e o início do governo militar -, todavia, ainda assim, há muito o que aplaudir, especialmente a verossimilhança sugerida através do ótimo aparato técnico (a fotografia de Adriano Goldman é majestosa, casando-se à perfeição a trilha sonora composta por Beto Villares), a reconstituição de época e a qualidade do elenco, cujo destaque remonta a um dedicado (e cada vez mais a vontade em longas-metragem) e inegavelmente talentoso João Miguel. Eleito como o terceiro melhor filme pela audiência no Festival de Cinema de Berlim, Xingu merecia ter obtido mais destaque à época de seu lançamento, especialmente no âmbito financeiro.
★★★★
TRAILER
Mais Informações:
- Adoro Cinema
- Filmow
- IMDb
- Rotten Tomatoes
- Wikipédia (versão em português)
- Wikipedia (versão em inglês)
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