23 julho, 2014

Serra Pelada (BRA, 2013).

"Ir atrás de um sonho sempre é mais fácil do que abrir mão dele" (Reflexão de Joaquim, personagem interpretado por Júlio Andrade).
Superprodução nacional, Serra Pelada acabou se tornando um fiasco de bilheteria - de acordo com a Wikipédia, a obra custou aproximadamente 8,5 milhões de reais, enquanto sua arrecadação beirou os 4 milhões -, mas tal insucesso não se reflete na qualidade do filme. Contando com produção e direção de Heitor Dhalia (O Cheiro do Ralo) e com um elenco recheado de nomes carimbados do cinema nacional, como Juliano Cazarré (Febre do Rato), Júlio Andrade (Gonzaga - De Pai pra Filho), Matheus Nachtergaele (Narradores de Javé) e Wagner Moura (Elysium), além da deslumbrante Sophie Charlotte - uma versão tupiniquim de Mila Kunis (O Livro de Eli)? -, Serra Pelada mostra-se bem sucedido tanto no retrato de época - o cenário é o Pará do início dos anos 1980 - quanto na condução dramática, bastante reforçado pela entrega e talento da dupla principal, formada por Cazarré e Andrade. É certo que as sequências de ação soam pouco inspiradas - talvez ainda muito presas ao "modelo" Cidade de Deus de ser - e o desfecho não possui tanta força, mas a trajetória de conquistas e derrotas da dupla principal, o apuro técnico da produção e a mensagem certeira (mesmo que óbvia) acerca das vicissitudes da vida, em especial aquelas advindas de sentimentos como ganância e inveja, são muito bem trabalhadas por Dhalia e Vera Egito, fazendo desta uma obra que apresenta mais do que um vistoso aparato estético.

Obs.: Os closes lentos dos ditos "formigas" garimpando lembra demais as sequências do filme O Exorcista, de William Friedkin, que são ambientadas no Iraque. Por um momento pensei estar assistindo a este clássico setentista. "Culpa" do diretor de fotografia Lito Mendes da Rocha (Natimorto)?

★★★★

TRAILER


Mais Informações:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Concorda com o texto? Comente abaixo! Discorda? Não perca tempo, exponha sua opinião agora!