30 julho, 2014

O Quinto Poder (The Fifth Estate, EUA/IND, 2013).

"Você não pode expor os segredos do mundo sem expor a você mesmo" (Livre tradução da frase disposta no poster promocional do filme).
Talvez o timing não tenha sido o melhor para o lançamento de O Quinto Poder, filme inspirado no surgimento do WikiLeaks e de seu criador, Julian Assange, ja que tanto público quanto crítica não o compraram com gosto. Contando com a direção de Bill Condon (Deuses e Monstros) - cuja filmografia é bastante irregular - e tendo como grandes trunfos a dupla de protagonistas formada por Benedict Cumberbatch (Além da Escuridão - Star Trek) e Daniel Brühl (Rush - No Limite da Emoção), que interpretam Assange e Daniel Berg (co-criador do site), respectivamente, O Quinto Poder possui alguns problemas de montagem - a "influência" do "modernoso" A Rede Social, de David Fincher, é escancarada - e de ritmo - especialmente em sua primeira hora -, mas desperta o interesse do espectador e reconstrói de maneira competente - mesmo que distorcida, de acordo com o verdadeiro Julian Assange - o crescimento do WikiLeaks e, principalmente, as falcatruas absurdas cometidas por diversos países ao redor do mundo, cujos esquemas inflamaram guerras, desviaram recursos bilionários etc. Estreante em longas-metragem, Josh Singer faz um bom trabalho ao adaptar os livros Inside WikiLeaks, de Daniel Berg e WikiLeaks, de David Leagh e Luke Harding, especialmente ao condensar os eventos mais importantes em duas horas de metragem. Há questões importantíssimas trazidas pelo filme - já bastante discutidas à época em que Assange e cia. causarem furor na mídia internacional - e este talvez seja seu maior trunfo, pois a discussão acerca da periculosidade (para os governos) e do direito (para a população) à informação é assunto de suma importância, cujos limites ainda não chegaram perto de serem decupados. Certamente não dá para saber quem é Assange, mas dá para sacar o que ele não é, bobo.

Obs.: A cena final é sensacional, visto que apresenta Benedict Cumberbacth interpretando "literalmente" o que Julian Assange pensa acerca dos livros que serviram de base ao filme, de Berg (tratado por Assange como "indivíduo") e do próprio filme.

★★ 

TRAILER


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