"No espaço, ninguém ouvirá você gritar". (Frase disposta no poster oficial do filme).
Sem sombra de dúvidas Alien, o 8º Passageiro continua sendo o melhor filme da carreira de Ridley Scott (Blade Runner, o Caçador de Androides), além de um dos filmes mais assustadores de todos os tempos. Não há como não imergir em tensão e horror ao acompanhar a jornada tenebrosa passada pelos tripulantes da nave Nostromo, que recebe a "visita" de um ser tão incaracterizável quanto as piores crias de H. P. Lovecraft. Estrelado por uma jovem Sigourney Weaver (A Vila, A Morte e a Donzela), Alien, o 8º Passageiro é um terror claustrofóbico de primeira qualidade, dono de um visual inspirado e responsável pela apresentação da talvez mais conhecida criatura alienígena do universo das ficções-científicas.
Vindo do drama de época Os Duelistas, o inglês Ridley Scott chocou a audiência com esta obra violenta, mas de grande teor psicológico, principalmente pelo clima de tensão e mistério, além dos elementos narrativo-visuais da obra, recheados de signos que geram discussões até hoje (tanto é verdade que acabou gerando um filme derivado lançado este ano, Prometheus). Com um roteiro assinado por Dan O' Bannon e Ronald Shusett (O Vingador do Futuro) - que aplicam o beabá das obras de horror de forma a formar um marco da ficção-científica -, Alien, o 8º Passageiro é em essência um filme de linhas simples, mas com um forte poder de imersão e interesse, muito devido ao clima de urgência e mistério empregado por Scott, Jerry Goldsmith (compositor), Derek Vanlint (cinematógrafo) e H. R. Giger (design das criaturas), que juntamente aos roteiristas compõem o que viria a se tornar a mitologia Alien.
Do início climático, passando pela apresentação da tripulação - que inclui nomes como os de Tom Skerritt (Poltergeist III), John Hurt (V de Vingança), Harry Dean Stanton (A Última Tentação de Cristo) e Ian Holm (O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel) -, pela visita ao misterioso planeta de onde fora captado um possível sinal de vida e culminando com a descoberta de uma presença alienígena aterrorizante após o ataque sofrido por um dos tripulantes, o crescendo do filme não para um segundo sequer, tendo o espectador a sensação de perigo iminente a todo instante. Entra aí os trabalhos impecáveis de Goldsmith na mediação do clima através das notas de sua trilha sonora, o cuidado e arrojo de Derek Vanlint (Dragonslayer), que escolheu planos, ângulos e iluminações quase perfeitos, construindo assim a identidade visual particular do filme, além da deslumbrante e assustadora concepção visual de Giger, recheada de elementos distorcidos e sexuais, tido por muitos como um dos grandes responsáveis pelo universo alienígena do filme ser lembrado ainda hoje.
É incrível destacar que, mesmo com a óbvia precariedade da tecnologia disponível à época, o Alien deste filme - realizado utilizando tanto técnicas de maquiagem quanto animatrônicos - continua crível e assustador, inclusive (afora os momentos onda nota-se o desgaste do efeito visual, como não poderia deixar de ser após mais de três décadas) saindo-se muito mais orgânico e aceitável do que a mesma criatura em formato digital de Alien³ e mais assustador do que qualquer uma das feras derivadas do recente Prometheus, apesar deste possuir também um visual arrebatador. Nota-se assim que, apesar dos avanços tecnológicos que vieram a servir as futuras produções cinematográficas, a estrutura narrativa e o aspecto visual deste "analógico" Alien, o 8º Passageiro continua praticamente irretocável.
Desacreditado antes de sua estreia, o filme de Ridley Scott acabou se tornando um enorme sucesso de crítica e de bilheteria, abrindo margem não só para sequências à obra, como também influenciando uma nova onda de filmes de ficção-científica com foco maior no suspense e menos na aventura, além de comprovar que ainda havia público interessado em obras mais "intimistas" e com violência mais presente. Um dos meus filmes preferidos, Alien, o 8º Passageiro é daqueles raros filmes que te assustam e ao mesmo tempo não te deixam desviar o olhar, constrói um universo inteiro sem revelar absolutamente nada e provoca sensações que raramente são sentidas com as produções atuais, visto que há uma força orgânica e uma conformidade de talentos neste filme - elenco, equipe técnica, roteiristas e diretor - que o sedimentaram como uma das grandes obras do cinema norte-americano, mesmo que grande parte desta equipe não seja formado por americanos. Em seguida a essência da obra de Scott e cia. seria "delicadamente" alterada, mas este ponto de formação continua exemplar e está, pelo menos para mim, na categoria dos filmes que deveriam ser revistos anualmente.
Vindo do drama de época Os Duelistas, o inglês Ridley Scott chocou a audiência com esta obra violenta, mas de grande teor psicológico, principalmente pelo clima de tensão e mistério, além dos elementos narrativo-visuais da obra, recheados de signos que geram discussões até hoje (tanto é verdade que acabou gerando um filme derivado lançado este ano, Prometheus). Com um roteiro assinado por Dan O' Bannon e Ronald Shusett (O Vingador do Futuro) - que aplicam o beabá das obras de horror de forma a formar um marco da ficção-científica -, Alien, o 8º Passageiro é em essência um filme de linhas simples, mas com um forte poder de imersão e interesse, muito devido ao clima de urgência e mistério empregado por Scott, Jerry Goldsmith (compositor), Derek Vanlint (cinematógrafo) e H. R. Giger (design das criaturas), que juntamente aos roteiristas compõem o que viria a se tornar a mitologia Alien.
Do início climático, passando pela apresentação da tripulação - que inclui nomes como os de Tom Skerritt (Poltergeist III), John Hurt (V de Vingança), Harry Dean Stanton (A Última Tentação de Cristo) e Ian Holm (O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel) -, pela visita ao misterioso planeta de onde fora captado um possível sinal de vida e culminando com a descoberta de uma presença alienígena aterrorizante após o ataque sofrido por um dos tripulantes, o crescendo do filme não para um segundo sequer, tendo o espectador a sensação de perigo iminente a todo instante. Entra aí os trabalhos impecáveis de Goldsmith na mediação do clima através das notas de sua trilha sonora, o cuidado e arrojo de Derek Vanlint (Dragonslayer), que escolheu planos, ângulos e iluminações quase perfeitos, construindo assim a identidade visual particular do filme, além da deslumbrante e assustadora concepção visual de Giger, recheada de elementos distorcidos e sexuais, tido por muitos como um dos grandes responsáveis pelo universo alienígena do filme ser lembrado ainda hoje.
É incrível destacar que, mesmo com a óbvia precariedade da tecnologia disponível à época, o Alien deste filme - realizado utilizando tanto técnicas de maquiagem quanto animatrônicos - continua crível e assustador, inclusive (afora os momentos onda nota-se o desgaste do efeito visual, como não poderia deixar de ser após mais de três décadas) saindo-se muito mais orgânico e aceitável do que a mesma criatura em formato digital de Alien³ e mais assustador do que qualquer uma das feras derivadas do recente Prometheus, apesar deste possuir também um visual arrebatador. Nota-se assim que, apesar dos avanços tecnológicos que vieram a servir as futuras produções cinematográficas, a estrutura narrativa e o aspecto visual deste "analógico" Alien, o 8º Passageiro continua praticamente irretocável.
Desacreditado antes de sua estreia, o filme de Ridley Scott acabou se tornando um enorme sucesso de crítica e de bilheteria, abrindo margem não só para sequências à obra, como também influenciando uma nova onda de filmes de ficção-científica com foco maior no suspense e menos na aventura, além de comprovar que ainda havia público interessado em obras mais "intimistas" e com violência mais presente. Um dos meus filmes preferidos, Alien, o 8º Passageiro é daqueles raros filmes que te assustam e ao mesmo tempo não te deixam desviar o olhar, constrói um universo inteiro sem revelar absolutamente nada e provoca sensações que raramente são sentidas com as produções atuais, visto que há uma força orgânica e uma conformidade de talentos neste filme - elenco, equipe técnica, roteiristas e diretor - que o sedimentaram como uma das grandes obras do cinema norte-americano, mesmo que grande parte desta equipe não seja formado por americanos. Em seguida a essência da obra de Scott e cia. seria "delicadamente" alterada, mas este ponto de formação continua exemplar e está, pelo menos para mim, na categoria dos filmes que deveriam ser revistos anualmente.
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