"A política nunca mais seria a mesma". (Livre tradução da chamada do cartaz do filme).
Para alguns o diretor Jay Roach (Entrando Numa Fria) e o roteirista Danny Strong (Recontagem) pegaram leve na exposição das personas de Sarah Palin (Julianne Moore, de Ensaio Sobre a Cegueira) e John McCain (Ed Harris, de O Show de Truman), dupla republicana concorrente à presidência do Estados Unidos da América no pleito que elegeu Barack Obama pela primeira ao cargo político mais importante do mundo, todavia a essência dos eventos que abraçam quase toda a campanha política está presente nesta produção da HBO, um ótimo filme não apenas sobre este período em particular, mas também pela exploração de uma das personagens políticas mais controversas dos últimos tempos, a carismática e despreparada governadora do Alasca, Sarah Palin.
Virada no Jogo não é um filme de muitos mistérios, a bem verdade mostra-se bem linear e tradição narrativamente, apresentando os principais eventos que nortearam o lado republicano da campanha e, em especial, os conflitos surgidos entre a administração da campanha de John McCain e os "pitis" e despreparos de Sarah Palin. Com isso, apesar de direção segura e do roteiro relativamente dinâmico, o grande destaque do filme fica mesmo para o elenco, que liderado pela performance competentíssima da premiada Julianne Moore, vencedora do Emmy de atuação por esta performance, praticamente leva o filme nas costas.
Seria irônico se os eventos mostrados no filme não tivessem mesmo ocorrido, pois as pataquadas e falta de preparo - até mesmo intelecto - da "personagem" Palin chegam a ser no mínimo absurdas e graças as ótimas atuações de Woody Harrelson (Jogos Vorazes) e Ron Livingston (série Band of Brothers), por exemplo, sentimos a angústia que tornou-se o "erro estratégico" da escolha da jovem e promissora governadora do Alasca como vice-presidenta. Outros nomes, como Sarah Paulson (The Spirit) e Peter MacNicol (Battleship - A Batalha dos Mares), também se saem bem como estrategistas da equipe republicana, assim como Ed Harris, que apesar de aparecer menos em tela e não ter nenhum grande momento dramático, convence como o determinado, porém cansado presidenciável John McCain.
Baseado no best-seller dos jornalistas Mark Halperin e John Heilemann, Virada no Jogo registra um momento ímpar da política norte-americana de forma objetiva e interessante, consagrando a ideia de "peixe fora d'água" de Sarah Palin, mas ao mesmo tempo confirmando seu insuperável carisma como ponto-chave de seu destaque no cenário político norte-americano. Um misto de drama com pastiche (como poderia deixar de ser, com a Palin no palco?), este segundo filme político de Jay Roach (o outro foi Recontagem, que abraça a escandalosa eleição entre George W. Bush e Al Gore) é coerente e centrado, mesmo que narrativamente convencional, registra um período recente e importante da política moderna - esta talvez tenha sido a primeira grande eleição a utilizar (e ser utilizada pela) a internet - e comprova mais uma vez a competência da HBO na produção de ótimos filmes para a tevê, com qualidade similar a qualquer título do gênero disponibilizada nos cinemas.
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