15 abril, 2012

O Poderoso Chefão Parte III (The Godfather Part III, EUA, 1990).


"Dê-me uma chance de me redimir e não pecarei mais". (Michael Corleone).

Encerramento de uma das maiores sagas do cinema, O Poderoso Chefão Parte III é, incontestavelmente, o filme menos querido e reverenciado da trilogia, sendo considerado por muitos críticos aquém das partes anteriores, entretanto, tendo a discordar de sua suposta pequenez em relação aos demais, visto que, narrativamente esta terceira parte continua e, consequentemente, encerra a saga de Michael Corleone (Al Pacino) de forma coerente e crível. Possuidor de um clima mais melancólico e redentor do que os anteriores, O Poderoso Chefão Parte III talvez sofra justamente por sentir-se obrigado a igualar os feitos das duas partes anteriores, missão essa praticamente impossível, tanto por esse filme ter sido rodado quase 16 anos após a segunda parte - longe do espírito da época, portanto -, quanto pela própria essência desse momento da história da família Corleone, bastante complicada pela realidade distinta da ambientada década de 1970.

Dono de performances grandiosas, com Pacino (Um Dia de Cão) se destacando outra vez mais em sua versão veterana de Michael, além das novas - e boas - adições ao elenco, como Andy Garcia ("revelado" após o sucesso de Os Intocáveis, de Brian De Palma) e o veterano Eli Wallach (Três Homens em Conflito), o filme de Francis Ford Coppola (Apocalypse Now) soa o tempo todo como uma tragédia anunciada, e a ópera apresentado na meia-hora final do filme apenas ratifica a metáfora como um todo, culminando na certeza de que Michael Corleone, apesar de tudo, morreu sozinho por suas próprias mãos.

Tecnicamente o filme segue a dedo os dois anteriores, muito disso por conta da base de profissionais que trabalharam nos demais filmes terem realizado este também, no entanto, no fim talvez O Poderoso Chefão Parte III seja um filme menor em comparação as outras partes devido a dois fatores distintos: o enredo não tão marcante e épico como os dos anteriores (como disse, desde o início o filme mostra-se como uma tragédia anunciada) e missão ingrata de fechar uma saga, aspecto este que sempre tem chances de deixar um gostinho amargo quando não supre todas as necessidades e, principalmente, expectativas do espectador. Afora isso, o filme fecha com arroubo e poesia a saga de Michael e da família Corleone, contextualiza uma nova década para com esta família "criminosa" e, como não poderia deixar de apresentar numa conclusão épica, redime Michael de forma inconteste, mesmo que tal rendição signifique sua separação (por sangue ou honra) total para com aqueles que ama.

AVALIAÇÃO: 8 de 10.

Trailer:




Mais informações:

* Resenha: O Poderoso Chefão


O Poderoso Chefão Parte III
Bilheteria: Box Office Mojo

IMDb - Internet Movie Database:

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