25 abril, 2012

Os Indomáveis (3:10 to Yuma, EUA, 2007).


"Até mesmo os bandidos amam as suas mães". (Ben Wade, personagem de Russel Crowe).
Gosto muito do trabalho de James Mangold (Garota Interrompida) como diretor, não só por seu estilo de filmar (bem clássico, por sinal), mas principalmente pelo ecletismo apresentado pelo mesmo, tendo trabalhado com praticamente todos os gêneros e subgêneros cinematográficos conhecidos - talvez faltando apenas embarcar num filme horror ou animação - e este Os Indomáveis (mais um péssimo título nacional) um de seus melhores. Baseado num conto do conceituado romancista policial norte-americano Elmore Leonard (O Nome do Jogo, Jackie Brown) e remake de uma produção dos anos 1950, o filme "evolui" o conceito iniciado por Clint Eastwood em Os Imperdoáveis e revisitado por Kevin Costner em Pacto de Justiça, só que com um estilo mais moderno e mais focado na ação. Entretanto, apesar do ritmo ágil e do enredo um tanto quanto simples, Mangold e a dupla de roteiristas Michael Brandt e Derek Haas (Procurado) trabalham os personagens de maneira aprofundada, mostrando dilemas de caráter e justiça que culminam num dos melhores finais de filmes de faroeste em muitos anos. 

Estrelado com competência e boa-vontade pelos astros Russel Crowe (Gladiador) e Christian Bale (Batman Begins), Os Indomáveis é um filme divertidíssimo, bem filmado, envolvente e com um conteúdo interessante, mostrando-se equilibrado entre entretenimento e levantamento de questões relevantes para discussão, nunca sendo chato, muito menos tolo. Possuidor de um excelente elenco de apoio, com destaque para o talentoso  - e ainda não notado pelo grande público - Ben Foster (Pandorum), que transforma um personagem caricato num dos grandes destaques de todo o filme e o veterano Peter Fonda (Sem Destino), retornando ao gênero imortalizado por seu pai, Henry Fonda, além da participação do então desconhecido Logan Lerman, que anos depois viraria "herói" infanto-juvenil ao protagonizar filmes como Percy Jackson e o Ladrão de Raios e a versão de Paul W. S. Anderson do clássico Os Três Mosqueteiros.

Com duas indicações ao Oscar (melhor trilha sonora e melhor mixagem de som), Os Indomáveis é um dos  bons filmes que deram sobrevida a um gênero hoje tão raro na indústria do cinema, que envolve e desperta curiosidade, não apenas prestando tributo ao jeito clássico de se captar um longa do estilo, mas ousado o suficiente pra dar uma cara modernosa a este, seja através da edição mais dinâmica e das bem postas cenas de ação, ou simplesmente pelo grau de profundidade dado aos personagens geralmente unidimensionais dos faroestes, provocando assim uma empatia mais imediata do espectador para com as figuras apresentadas no filme.

AVALIAÇÃO: 8 de 10.

Trailer:



Mais informações:

Os Indomáveis
Bilheteria: Box Office Mojo

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