"Ahhhhhhhhhhhhh... Ahhhhhhhhhhhh... Ahhhhhhhhhhh..." (Sally Hardesty, personagem de Marilyn Burns).
Para os jovens de hoje, acostumados com um outro tipo de cinema de horror, este O Massacre da Serra Elétrica pode soar muito mais risível do que aterrorizante, muito devido ao factual envelhecimento da obra, que persiste mais marcada pelo feito histórico de ser divisora de águas do estilo e referência/criadora de um subgênero - o filme de terror slasher -, mas que realmente provoca dúvidas se analisada fora do contexto em que foi criada. Filme de baixíssimo orçamento e realizado com poucos recursos técnicos, O Massacre da Serra Elétrica é um recorte de paranóia, medo e loucura durante o final do movimento hippie, mostrando duas faces de um mesmo povo duelando entre si: o anacronismo e conservadorismo do povo arcaico do Texas, tomado pela loucura e pelo desapego à vida, e o avanço de pensamento e a libertinagem do povo forasteiro, tomado como vítima através do olhar cínico e muitas vezes impiedoso do criador da obra, Tobe Hooper (Poltergeist: o Fenômeno).
Mais ensaio de estilo e criatividade do que força cinematográfica, O Massacre da Serra Elétrica permanece por que, apesar das diversas limitações técnicas e conceituais (estas transparecendo com muito mais força hoje), é um filme ousado, indigesto, que provocaria medo a qualquer cidadão "normal" vivendo na década de 1970 e que, quer queira ou não, sedimentou paradigmas intransponíveis para todo um gênero: pouca grana não é sinal de pouco horror. Que o diga o sangue, a música, o clima e os gritos vistos e ouvidos neste referencial filme indie. Terror ou não, o filme de Tobe Hooper é diversão de primeira - seja para as platéias gritarem de medo ou de tanto rir.
AVALIAÇÃO: 8 de 10.
Trailer:
Mais informações:
O Massacre da Serra Elétrica
Bilheteria: Box Office Mojo
IMDb - Internet Movie Database:
- Tobe Hooper - Diretor e co-roteirista
- Kim Henkel - Co-roteirista
- Marilyn Burns
- Edwin Neal
- Gunnar Hansen
- Jim Siedow
- Wayne Bell e Tobe Hooper - Compositores
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