18 março, 2012

O Nome da Rosa (The Name of the Rose, ALE/FRA/ITA, 1986).


A cada nova assistida, novos elementos são evidenciados. É esta a impressão que tive ao conferir mais uma vez O Nome da Rosa, dirigida pelo cineasta francês Jean-Jacques Annaud (Sete Anos no Tibet) e baseada no best-seller do filósofo e escritor italiano Umberto Eco. Visualmente primoroso até hoje, com sua ambientação beirando a perfeição no que se refere aos figurinos e a direção de arte, além do clima de curiosidade promovido por todo o longa, O Nome da Rosa tem como grande chamariz sua trama inteligente e recheada de referências - do sobrenome do personagem principal, Baskerville às várias alusões a pensadores clássicos, como Aristóteles e Tomás de Aquino - e, mais do que isso, a forma contundente e competente com com que destila críticas àquele período histórico popularmente conhecido como Idade das Trevas, seja através do poderio da Santa Igreja Católica (intelectual e financeiro), seja através da miséria com que se encontrava a plebe naquele período, seja mesmo através da banalização do conhecimento e da estúpida ação dos componentes da "Santa" Inquisição, tudo isso de maneira muito bem distribuída, nunca cansada, num clima que mistura mistério e drama de forma ímpar.

Talvez o melhor trabalho da carreira de Annaud (tanto em visibilidade, importância e, principalmente, sucesso comercial), O Nome da Rosa conta com a participação do eterno agente 007, Sean Connery (O Assassinato no Expresso Oriente), entregando aqui o melhor papel de mentor de sua carreira, transbordando complexidade e nobreza como o religioso pensador (e formulador) que visita a abadia italiana e que causa polêmica com sua personalidade "detetivesca". O filme também marca a estreia nas telas da até então promessa Christian Slater (Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões), que infelizmente, como tantos outros, não foi cumprida.

Desbravador, ousado, corajoso, contundente, contagiante, polêmico e surpreendente, O Nome da Rosa é fenomenal em praticamente tudo, causando impacto até hoje, seja no âmbito visual, seja no que se refere ao seu conteúdo. Talvez o melhor filme a retratar a Idade Média no cinema, em especial o funcionamento de um mosteiro, O Nome da Rosa virou referência a quase toda obra que tende a retratar aquela época de maneira mais próxima à realidade, além de ratificar que há sim possibilidade de produzir uma obra de entretenimento que divirta sem que para isso tenha que tratar o espectador como inculto.

AVALIAÇÃO: 10 de 10.

Trailer:



Mais informações:

O Nome da Rosa

Bilheteria: Box Office Mojo

IMDb - Internet Movie Database:

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