26 agosto, 2012

O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (The Lord of the Rings: The Return of the King, EUA/NZE, 2003).


Mais do que marcar o fim de uma jornada, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei sedimentou uma geração.  Primeira grande saga cinematográfica da geração nascida em berço "nerd", o fechamento da trilogia iniciada em 2001 é não só o mais ambicioso da série, mas também o mais emocionante, lucrativo e premiado. Vencedor de nada menos que 11 prêmios Oscar, incluindo os de melhor filme e melhor direção, O Retorno do Rei é um filme de ação que há tempos não via-se aportar nos cinemas, talvez desde a saga original de Star Wars não tínhamos um produto tão bem polido e interessante, que conquistasse o público tanto pela naturalidade e riqueza do enredo, quanto pelo senso de urgência e aventura presente na obra.

O diretor Peter Jackson (Almas Gêmeas) consegue aqui fechar com chave de ouro a trilogia, aparando as arestas dos filmes anteriores e entregando um filme não só emocionante, mas ainda mais grandiloquente dos que os aqueles. E, se a versão de cinema continua arrasadora, a estendida é um verdadeiro deleite para os entusiastas do universo concebido por J. R. R. Tolkien. Apesar de, em comparação as versões estendidas dos dois outros capítulos, soar mais lenta e cansativa, há diversas informações relevantes para a melhor compreensão da saga, como a morte do mago Saruman, por exemplo. Quanto ao cansado, este não parece ser falha da equipe de montagem do filme, pelo contrário, o entrecortar de núcleos de personagens durante a trama é muito bem dosado, o que pesa é o fato do longa - já extenso em sua versão de cinema - ganhar quase 1 hora de cenas adicionais, totalizando uma metragem de quase 4 horas de filme. Particularmente ainda prefiro a versão de cinema, no entanto a versão estendida é quase impecável.

É interessante notar que, em comparação aos dois outros filmes, O Retorno do Rei apresenta os efeitos visuais digitais mais envelhecidos da franquia, talvez pelo maior número de cenas que utilizam tal recurso, mas não deixa de ser interessante, até por que a regra geral é de que quanto mais moderno (leia-se, novo) o filme é, subtende-se que mais acesso a recursos este teve. Contudo, apesar de uma ou outra cena já não tão crível como há quase 10 anos, o filme em si apresenta-se muito bem acabado, em especial a cenografia e o vestuário dos personagens, que dão óbvia substância ao universo apresentado pelo filme, além do realístico trabalho de maquiagem, que compõe as mais diversas criaturas - muitas destas aparecendo pela primeira vez na saga - de maneira bastante convincente.

Como dito acima, a emoção é a chave motriz do filme. Logo, reside nas interpretações o grande diferencial do filme. Geralmente, em filmes de aventura, não se dá tanta atenção ao trabalho de composição do elenco, até por que os olhos parecem mais interessados na ação apresentada do que nos dilemas dos personagens em si. Já aqui, o trabalho feito pelos atores destaca-se antes mesmo da pirotecnia do filme. Elijah Wood (Sin City, A Cidade do Pecado), Sean Astin (Os Goonies), Viggo Mortensen (Um Método Perigoso), Ian McKellen (O Aprendiz) e Andy Serkis (As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorne) estão incríveis em seus respectivos papeis, comprovando de uma vez por todas que realmente participaram da angustiante jornada para destruir o Um Anel juntamente a seus personagens, Frodo, Sam, Aragorn, Gandalf e Gollum/Sméagol, respectivamente. Obviamente que não só estes realizam um excelente trabalho, mas é indiscutível que são eles que conseguem se destacar dentre tantas ótimas performances.

Conhecido como o filme dono dos infinitos finais, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei é indiscutivelmente o filme mais importante da trilogia O Senhor dos Anéis e continua até hoje um espetáculo tanto do ponto de vista visual quanto como um filme em toda a sua completude. Emocionante, heroico, inspirador e, mais do que tudo, épico, O Retorno do Rei é daqueles filmes que marcam época, que faz escola, que desperta inveja e que cria tendências, mas acima de tudo é um raro filme que tem como tema maior a amizade, que trabalha a guerra no sentido de busca pela paz e esperança, que apresenta a força do amor sem soar piegas, que trabalho o conceito de união entre os iguais e os desiguais - quer metáfora maior do que a existência da Sociedade do Anel - de maneira orgânica e inspiradora. Enfim, um épico sem igual, O Retorno do Rei simplesmente coroa a trilogia O Senhor dos Anéis e, seja em sua versão de cinema ou estendida, proporciona algumas boas horas de entretenimento de qualidade sem igual. Revendo hoje ou lembrando de quando o assisti pela primeira vez, é difícil segurara a emoção e o correr das lágrimas, imagino que aconteça o mesmo com você.

AVALIAÇÃO:  
TRAILER:  

Mais Informações:
Bilheteria: Box Office Mojo

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